sábado, 3 de abril de 2010

bebendo do antigo blog.... 24/03/2007

Policia Interrompe apresentação teatral


Por Anderson Gallan Ued


26/11/2006


Fonte: http://www.uje.com.br/colunas/teatrando/index.htm




Quando o grupo montou seu cenário e iniciou a apresentação, o guarda gritou:

“Parque municipal não é lugar para apresentações artísticas!”

E que ele estava baseado numa lei da década de cinqüenta, que proibia apresentações em parques e praças, afirmando que seu objetivo com a reprimenda era garantir a segurança dos cidadãos, pois pelo que se dizia antigamente em um espetáculo na rua o público subiu em arvores para assistir, provocando a queda de uma delas, o que resultou na morte de uma pessoa e vários feridos.
Mas ninguém queria saber de historias antigas então o grupo foi arrumando suas trouxas e caminhando em direção ao teatro Francisco Nunes, o mais interessante é que o público acompanhou os artistas.

De frente ao teatro a roda se formou novamente e o espetáculo ia recomeçar quando chegou o guarda e...

“Seu guarda agente apresenta e depois o senhor prende todo mundo!”

– Solicitou, gentilmente o pobre ator que estava na perna de pau.

E não é que o guarda atendeu seu pedido !!!
Assim que o espetáculo acabou, diante dos calorosos aplausos os atores foram todos detidos.

Você pode acreditar numa coisa dessa?
O publico ficou boquiaberto! A maioria dos presentes nunca tinha visto um espetáculo de teatro, inda mais assim na RUA.

Essa historia de fazer teatro na rua começou um pouco antes, quando chegaram a Belo Horizonte dois alemães – George Frescher e Kurt Bildstein – do teatro livre de Munique – trazidos para ministrar uma oficina de técnica de trabalho do ator, no teatro Marilia, no primeiro semestre de 1982.
A oficina trazia influencias grotowskianas, utilização de técnicas circenses e influencias do teatro musical brechtiano. Esses pontos marcaram definitivamente as pessoas que fizeram a oficina.

Mauro Lúcio, hoje diretor do teatro Kabana, declara que o que mais lhe impressionou foi à possibilidade de fazer teatro na rua.

Enquanto que Eduardo, do Galpão, diz que o fundamental para eles foi a técnica de treinamento do ator.

Hoje podemos constatar que os dois conseguiram dar continuidade aos desafios semeados. Mauro ao chegar em diamantina, fez realizar com outros atores uma leitura politizada de teatro de rua, montando um espetáculo que acompanhou a campanha do PT para governo estadual.
Eduardo junto com Teuda, Wanda e Toninho formaram o grupo Galpão fazendo vários espetáculos na rua.

O teatro de rua sempre esteve paralelo com a militância política, com movimentos estudantis e sindicatos. Nos paises ditos civilizados, EUA, Inglaterra, Dinamarca e etc. As praças são realmente publicas e a qualquer pessoa é dado o direito de se manifestar, seja pela musica, teatro ou simplesmente, fazer um piquenique com a família.

Vamos exercer nosso direto de se manifestar. Vamos as ruas reivindicar nossos direitos como Jovens e Estudantes que somos.

Quis trazer esse texto porque alem de mostrar um pouco do inicio da historia do teatro de rua no Brasil, temos a ligação com esses ideais políticos. O teatro de rua sempre esteve ligado a militância e a juventude. Fica aqui também registrado meu carrinho por Nélida Prado e Mauro Lucio do Teatro KABANA por ter, com bastante humildade, nos recebido e passado um pouco do seu vasto conhecimento. Muita Merda pra todos.

Derson Ued
DOOM Grupo de Teatro

posted by Núcleo de Teatro de Rua ELT

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